A vida é apenas um intervalo.
Foi isso que aprendi no primeiro dia de prova desse segundo vestibular de 2010.
A prova mais mórbida que já fiz. E também pudera, ela falava da morte.
Fiquei impressionada com os textos que foram escolhidos.
Às vezes pesados, às vezes esperançosos, me passaram a idéia de que mesmo que a morte seja onosso destino final, devemos aproveitar a vida.
Não que eu precisasse da UnB pra me dizer isso,mas achei interessante.
O melhor pra mim foi que, enquanto passei as duas horas que levei para fazer essa prova sendo bombardeada por pensamentos (que não poderiam ser diferentes) mortais, me peguei pensando em todas as coisas que eu deixei me afetar (repito: não que eu precise da UnB pra me dizer isso) e todas as coisas sem importância que ainda deixo.
Ah... não tenham ilusões, provavelmente ainda deixarei isso acontecer muitas vezes, mas neste momento, no meio de minha própria epifânia irei perdoar a todos que um dia pensei terem me feito mal. Agora vejo que essas pessoas, tanto do passado quanto do presente, não me fazem falta alguma, que essas pessoas e os sentimentos que nutri por tanto tempo na verdade não são nada em minha vida.
Ok, essa eu admito: talvez precisei da UnB pra ver ISSO.
E isso tudo porque a frase que mais me marcou de 21 páginas falando de morte, foi a do meu queridissimo Fernando Pessoa.
"o próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida quq não tenhamos, nisso, um dia a menos nela."
E finalmente consegui entender que me segurar em rancor sem sentido na verdade me fazia perder dois dias a cada dia de minha vida. Pois eu perdia a cada pensamento dobre o dia originalmente perdido,mais um dia.
Por isso (acho que para a alegria de meu amor, ou não) tentarei não guardar mais tanto rancor por coisas que não posso mudar. O que eu guardava foi agora liberto e repito: eu perdoo as brigas, o abandono e tudo mais. Vocês não são mais o motivo que irá me impedir de fazer as coisas, podem haver outras, mas não vocês.
Vocês são o passado e só aqueles que me fazem bem ficarão no meu futuro.
Desculpe Adriano, ter levado tanto tempo pra perceber o que você tantas vezes me falou, esaiba que foi você, muito mais do que qualquer prova da UnB, que me fez pensar assim. Não só sobre isso, sobre tantas outras coisas que sei eu era errada. Pequenas coisas que para mim eram normais, mas que realizo agora não precisavam ser.
Talvez não seja a epifânia que esperou, mas no fim foi bom, não acha?!
Querem saber de outra coisa Legal?
O nome do meu caderno de provas de hoje foi Gênese...
Acho que foi um bom dia, não concordam, para uma epifânia de recomeço????
GÊNESE
E nessa morte
Retomei minha vida
Meu próprio Gênese
Minha epifânia...
E desse fim
Finalmente recomeço
Foi um adeus
Enfim sossego
Na última página
O primeiro passo
Para que no epílogo
Tenha outro pedaço
No ponto final
Um ínico de paragráfo
E sme lágrimas
Me despeço do passado